Sobre o projeto Green Giants
Gigantes Verdes®(Green giants) é um projeto de ciência cidadã da VERDE , uma associação sem fins lucrativos que trabalha com comunidades locais, principalmente no norte de Portugal.
A missão do Projeto Gigantes Verdes é envolver as comunidades locais na conservação das florestas nativas de Portugal, promovendo uma ligação mais profunda entre as pessoas e o património natural. Para tal, centra-se na formação de "Embaixadores Gigantes Verdes" para mapear, caraterizar e monitorizar Gigantes Verdes (árvores com tronco com diâmetro superior a 150 cm) nas suas regiões.
Organizar embaixadores para recolher os dados
Através da ciência cidadã, os Embaixadores associam os conhecimentos técnicos adquiridos durante a formação à participação ativa da comunidade, incentivando o envolvimento direto dos cidadãos no mapeamento e monitorização das árvores. Esta abordagem permite a criação de uma base de dados colaborativa, onde cada Embaixador pode contribuir para a identificação dos Gigantes Verdes, a caraterização dos seus microhabitats e a análise das pressões locais que ameaçam estas árvores. Ao incorporar a ciência cidadã no projeto, os Embaixadores não só ajudam a gerar conhecimento como também encorajam outros a envolverem-se na conservação da biodiversidade, expandindo o impacto do projeto tanto a nível local como nacional.
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Uma solução técnica eficaz
No final de 2024, a VERDE contactou a NaturalGIS LDA , uma empresa que fornece serviços GIS em torno do QGIS, pedindo apoio sobre como implementar tecnicamente ferramentas e fluxos de trabalho para o projeto Gigantes Verdes®, especialmente no que diz respeito ao aspeto da recolha de dados no terreno. A abordagem sugerida foi a utilização de uma plataforma SIG integrada como o QGIS em vez de desenvolver uma aplicação móvel personalizada (uma abordagem que tem algumas vantagens, mas também muitas desvantagens). A VERDE aceitou a solução proposta e, por isso, a NaturalGIS implementou-a do ponto de vista técnico.
Paraa recolha de dados no terreno, optou-se por utilizar o MerginMaps, dada a sua interface de utilizador agradável e fácil de utilizar, mesmo para utilizadores que não tenham conhecimentos de SIG. Os dados recolhidos nos dispositivos móveis são depois sincronizados com uma instância auto-hospedada do MerginMaps Community Edition. Os dados são depois processados no QGIS Desktop e publicados numa plataforma WebGIS com mais uma peça de infraestrutura baseada no QGIS (desta vez, no servidor).
Os Embaixadores saem e registam dados sobre as árvores que reúnem as condições para serem "Gigantes Verdes", o que é determinado pelo tamanho e pela espécie da árvore. Na maioria dos casos, qualquer árvore que seja demasiado grande para que o inspetor possa passar os braços à volta é considerada um Gigante Verde.
O formulário do inquérito está organizado de forma a ser acessível à maioria dos utilizadores. Há um pequeno número de campos, a maioria dos quais não é de preenchimento obrigatório. Existe também um separador opcional para os utilizadores preencherem mais pormenores sobre a árvore, caso se sintam à vontade para o fazer, e a maioria das perguntas tem um formato "sim/não" para facilitar a tarefa dos inquiridores.
No momento em que escrevemos este artigo, há quase 300 pessoas registadas na instância auto-hospedada do MerginMaps CE e, desde que o projeto começou, tudo funcionou de forma harmoniosa, contribuindo para o mapeamento de mais de 15 000 Gigantes Verdes em Portugal.
